O existencialismo surgiu após a segunda guerra mundial,
em uma sociedade em crise financeira, política, social. Foi além das discussões
acadêmicas e publicações, e para muito foi mais que apenas uma teoria, mas um estilo
de vida. A mídia caracterizou o movimento como uma grande desordem, os
existencialistas ficaram com uma imagem: de descuido, cabelos bagunçados, mal
asseados, amoral, inimigos da hipocrisia.
O existencialismo, consequentemente, é a doutrina
filosófica que centra sua reflexão sobre a existência humana considerada em seu
aspecto particular, individual e concreto (Penha, 1982, pág. 11), nem uma
doutrina antes tinha esse objetivo de estudar a existência humana, e no
existencialismo o ser individual do autor interfere nas suas criações, por isso
fala-se em vários tipos de existencialismo, que cada autor tem sua criação e
seu modo de vida ira se reproduzir em sua doutrina.
Sartre afirma
que, o homem quando nasce não é nada, pois não existem ideias inatas,
anteriores ao surgimento do homem e destinadas a orientar sua vida, indicando o
caminho a seguir, contudo, primeiro há a existência e depois a essência (Penha,
1982, pág 62). Com isso, o homem se diferencia dos objetos existentes no mundo,
na medida em que ele é feito de escolhas, ou seja, ele é livre pra triar seu
próprio destino.
Partindo do pressuposto acima apresentado, é através
da liberdade que o homem escolhe o que há de ser, escolhe sua essência e busca
realizado, essa mesma opção de escolha que constitui sua essência e sua
formação de valores. Sartre ressalta que não há como fugir a essa escolha, pois
mesmo quando a recusa de escolher já é uma escolha. Diante disto, a
gestalt-terapia define o homem como um ser livre e responsável pelos seus atos
e escolhas, na medida que escolhe, esse mesmo individuo deve arcar com as
consequencias das mesmas.
Para Ribeiro (1985), o homem
é visto como um ser concreto com vontade e liberdade pessoais, consciente,
responsável, particularizado, singularizado no seu modo de ser e agir,
concebendo-se como único no universo e individualizando-se a partir do encontro
verdadeiro com sua subjetividade e sua singularidade. E essa liberdade de escolha remete ao homem um
sentimento de angústia, pois ele escolhe sem experiências prévias e, ao mesmo
tempo, é limitado (Ribeiro, 1985, pág. 39). No entanto, o existencialismo
espera que o homem que o homem não viva se debatendo contra a verdade, mas que
possa encará-la diretamente, mesmo que seja dificil.
Na Gestalt-terapia também se dá a importância para existência
do ser humano, “a existência que aqui esta implicada é o homem, que se torna o
centro de atenção, encarado como ser concreto nas suas circunstâncias, nos seu
viver, nas suas aspirações totais” (Ribeiro, 1985 pág. 32), ela está voltada
para existência do ser humano como um todo, não universal e sim de maneira
individual. Dai a Gestalt-terapia trata da singularidade da do ser humano,
reconhecendo que somente o homem tem consciência de sua singularidade.
A Gestalt-terapia procura ver o homem em particular,
no seu modo individual sua subjetividade, o existencialismo traz a
intencionalidade que o individuo possui, a sua intenção deve ser compreendida a
partir de si próprio, na qual apresenta vontade e liberdade, o ser humano
sempre se indaga sobre o que deve ou não fazer, se quer fazer e não pode,
sempre buscando um sentido para a intencionalidade.
Nesse contexto na psicoterapia o encontro entre
cliente e psicoterapêutico deve ser um encontro existencial, onde o cliente é o
centro e somente ele tem a consciência de si, procurando sempre compreender
fortalecer, reavaliar, singularizar, de forma que vá de contra a dicotomia do ser
humano, se trata de cada ser humano possuir sua singularidade e deve ser
tratada de maneira individual.
No existencialismo o homem precisa se conhecer, para
poder compreender o outro, não sendo egoísta, conhecer-se na sua relação com o
mundo e consigo mesmo, na Gestalt-terapia procura afastar a resistência que se
tem, e se realizar de forma plena, o que seria de fora do comum que existe no
individuo, e buscar o ser real, com a relação de cada ser se de forma
consciente individualizada eu sou eu você é você.
A gestalt terapia fundamenta-se em uma visão
específica da existência, ela mostra que o homem pode sim ter sua liberdade de
escolha, porem é responsável por elas. De forma que o homem tome contato com a
consciência de sua consciência ele é confrontado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
PENHA, João da. O
que é existencialismo. Coleção primeiros passos; 61. São Paulo:
Brasiliense, 1982.
RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt-Terapia: Refazendo um Caminho. São Paulo: Sammus, 1985.
Por: Mayara Feitosa e Maria Cambraia
Muito bom..
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